FABACEAE

Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth.

Como citar:

Eduardo Fernandez; Marta Moraes. 2019. Dalbergia nigra (FABACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

VU

EOO:

1.009.931,259 Km2

AOO:

812,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 201), com ocorrência nos estados: PARAÍBA, CEARÁ, BAHIA, ESPÍRITO SANTO, MINAS GERAIS, RIO DE JANEIRO, PARANÁ. Além disso, segundo a Flora do Brasil 2020 em construção (2019), a espécie também ocorre nos estados de PERNAMBUCO, ALAGOAS, SERGIPE. Carvalho (1997) indica que o centro de distribuição da espécie está principalmente na região entre o Sul da Bahia ao Norte de São Paulo.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Marta Moraes
Critério: A2cd;B2ab(i,ii,iii,v)
Categoria: VU
Justificativa:

Árvore de até 35 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Popularmente conhecida por Jacarandá-caviúna, Jacarandá-da-Bahia, entre outros, foi documentada exclusivamente em fitofisionomias florestais com diferentes níveis de estacionalidade, incluindo Floresta Ombrófila Densa e Floresta Estacional, associadas a Mata Atlântica nos estados de Alagoas, Sergipe e Pernambuco (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), Paraíba, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Seu centro de distribuição situa-se principalmente na região compreendida entre o sul da Bahia e o norte de São Paulo. Apresenta distribuição ampla, EOO=845246 km², AOO=820 km², presença constante em herbários e subpopulações protegidas dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral. Com frequência, é encontrada em áreas com algum nível de perturbação, onde há estimativas de 28 ind/ha, mas geralmente estes não são de grande porte e a madeira é de qualidade inferior. D. nigra tornou-se muito rara devido à destruição do habitat (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) e exploração indiscriminada de sua madeira (Carvalho, 2003; Ribeiro et al., 2011), sendo a primeira espécie de árvore a constar na lista da CITES (1992). Sua madeira é muito durável e considerada a mais valiosa do Brasil, muito procurada desde os tempos coloniais, especialmente para fabricação de móveis de luxo (IPEF, 2019). Atualmente, após sua inclusão em distintos mecanismos de proteção legal, a espécie é encontrada nos levantamentos florísticos e fitossociológicos, mas dificilmente encontram-se indivíduos grandes. D. nigra constituí subpopulações pequenas, usualmente em fragmentos diminutos, e tem uma diversidade genética menor nessas áreas do que em áreas de extensões maiores. A extração seletiva de sua madeira no passado foi muito intensa, e estima-se que pelo menos 30% da população da espécie tenha sido perdido (CNCFlora, 2012). A extração ilegal da madeira ainda é uma realidade, principalmente de raros indivíduos de grande porte remanescentes em áreas de floresta primária. Considerando que as espécies são naturalmente mais raras nos limites de sua distribuição do que no centro de distribuição, a conservação nessas áreas periféricas pode prevenir extinções locais a curto prazo por redução de habitat e garantir a alta variabilidade genética encontrada nos três principais grupos filogeográficos de D. nigra identificados por Ribeiro et al. (2011). Diante desse cenário, infere-se declínio contínuo em EOO, AOO, qualidade e extensão de habitat, no número de situações de ameaça e no número de indivíduos maduros. Adicionalmente, suspeita-se declínio populacional de ao menos 30% ao longo da última década, resultado dos declínios verificados, e nos níveis atuais e pretéritos de exploração seletiva. Assim, D. nigra foi considerada "Vulnerável" (VU) a extinção novamente. Recomenda-se pesquisa e busca direcionada por subpopulações grandes e com indivíduos de grande porte, para avaliação do tamanho e tendência populacional (por exemplo, possíveis declínios). Além disso, e de acordo com os resultados das buscas, recomenda-se a definição de ações diretas necessárias de manejo, recomposição, reintrodução e/ou conservação ex situ. Considerando que esta espécie foi anteriormente avaliada como VU e CR (pelo estado de São Paulo), recomenda-se a coleta, marcação de matrizes e conservação de recursos genéticos da espécie tendo em vista a conservação da sua diversidade genética em caso de potenciais reduções populacionais dirigidas por fragmentação dos habitats e/ou extinções locais. É urgente que Planos de Ação Nacional (PANs) previstos para territórios situados em estados de ocorrência de D. nigra sejam implementados.

Último avistamento: 2018
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim
Razão para reavaliação? New information
Justificativa para reavaliação:

A espécie foi avaliada como "Vulnerável" (VU) à extinção na lista vermelha da IUCN (Varty, 1998). Posteriormente, avaliada pelo CNCFlora/JBRJ em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como "Vulnerável" (VU) à extinção na Portaria 443 (MMA, 2014) sendo então necessário que tenha seu estado de conservação re-acessado após cinco anos da última avaliação.

Houve mudança de categoria: Sim
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2012 VU

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Allemão e C., 1860. Journal of the Linnean Society, Botany 4(Suppl.): 36. Popularmente conhecida por Jacarandá-caviuna, Jacarandá-da-Bahia no Brasil ou Brazilian rosewood (nome comercial em ingles) (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Pode ser também conhecida como jacarandá preto, caviúna, cabiúna, cabiúna rajada, cabiúna do mato, jacarandá, jacarandá cabiúna, jacarandá una, pau preto, jacarandá rajado, camborá, camburana, graúna, caviúna roxa, jacarandazinho, uraúna, imiraúna (IPEF, 2019)

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: Utilizada como madeira nobre, carvão e em arborização urbana, paisagismo e na construção (IPEF 2019). A madeira, característica pelas listras pretas e de coloração marrom escura é muito durável e considerada a mais valiosa do Brasil, muito procurada desde os tempos coloniais, especialmente para fabricação de móveis de luxo (IPEF, 2019).

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Apresenta ampla variação de densidade populacional. Estimou-se a média da densidade populacional em 28 ind. por hectare, em suas áreas de ocorrência. No sul da Bahia, a região central da distribuição de D. nigra, a espécie foi encontrada com frequência de 0,8 ind./ha, correspondendo ao volume de 1,4 m³/ha (Mattos Filho; Rizzini, 1968). Em outros estados, D. nigra foi amostrada em alguns levantamentos fitossociológicos, e geralmente apresentam baixos valores de densidade relativa (0,14-3,25%) (Lopes et al., 2002; Carvalho et al., 2007; Marangon et al., 2007). A densidade relativa mais alta foi encontrada em uma floresta com 60 anos de regeneração (10,49%; Spolidoro, 2001). D. nigra quase sempre apresenta valores de densidade mais determinantes para sua posição fitossociológica do que seus valores de dominância. Isto significa que em geral a espécie é encontrada nos levantamentos mas dificilmente encontra-se indivíduos grandes. Araújo et al. (2006) encontrou uma subpopulação de D. nigra como uma das mais abundantes colonizadoras de áreas degradadas por mineração. O inventário florestal de Minas Gerais (http://inventarioflorestal.meioambiente.mg.gov.br) revela ocorrência de subpopulações em fragmentos de floresta semidecídua (município/área do fragmento em hectare/indivíduos por hectare): Jequitinhonha/824,1/3,6 Teófilo Otoni/78,86/8 Águas Formosas/20,59/11 Nanuque/311,1/6 Frei Gaspar/141,9/9 Conselheiro Pena/108,5/18 Capelinha/118/75 São João Evangelista/80,5/7,69 São Gonçalo do Rio Preto/180,2/1,33 Timóteo/39.710/4,83 Ipanema/123,3/127,5 Diogo de Vasconcelos/928,2/39,5 Piranga/40,2/22,14 Juiz de Fora/327,5/10 Rio Pomba/34,51/141 Carandaí/93,33/2,67 Morro do Pilar/50,37/28.
Referências:
  1. Lopes, W.P., Silva, A.F., Souza, A.L., Meira Neto, J.A.A., 2002. Estrutura fitossociológica de um trecho de vegetação arbórea no Parque Estadual do Rio Doce, Minas Gerais, Brasil., Acta Botanica Brasilica, v.16, p.443-456, 2002.
  2. Marangon, L.C., Soares, J.J., Feliciano, A.L., Lins, C.F.; Brandão, S., 2007. Estrutura fitossociológica e classificação sucessional do componente arbóreo de um fragmento de floresta estacional semidecidual, no município de Viçosa, Minas Gerais. Cerne, v. 13, p. 208-221, 2007.
  3. Araújo, F.S.D., Martins, S.V.; Meira Neto, J.A.A., Lani, J.L., Pires, I.E., 2006. Estrutura da vegetação arbustivo-arbóreo colonizadora de uma área degradada por mineração de Caulim, Brás Pires, MG. R. Árvore,, v. 30, n. 1, p. 107-116, 2006.
  4. Carvalho, A.M., 1997. A synopsis of the genus Dalbergia (Fabaceae: Dalbergieae) in Brazil. Brittonia, v. 49, p. 87-109, 1997.
  5. Spolidoro, M.L.C.V. Composição e estrutura de um trecho de floresta no médio Paraíba do Sul, RJ. Dissertação. Seropédica, RJ: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2001.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Área antrópica
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Estacional Semidecidual, Refúgios Ecológicos Alto-montanos, Área de Formações Pioneiras, Pecuária, Sistema da Vegetação Secundária
Habitats: 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest, 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest, 3.7 Subtropical/Tropical High Altitude Shrubland
Detalhes: Árvore de 25 m altura (Oliveira Filho, 2012), podendo atingir excepcionalmente até 35 m de altura na idade adulta (Leão e Vinha, 1975), ocorrendo nos domínios da Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Ocorre em Floresta pluvial, Floresta semidecídua e nebular anã (Oliveira Filho, 2012) e também pode ser encontrada em cabruca, pastagem, área degradada em regeneração (Lewis, 1987; Araújo et al., 2006). Sementes de D. nigra são insensíveis à luz, ou seja, não precisam de luz para germinarem, e as taxas de germinação em laboratório são altas (90% a 20-30ºC) (Ferraz-Grande e Takaki, 2001). A espécie é hábil para estabelecer simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio (Barberi et al., 1998).
Referências:
  1. Oliveira-Filho, A.T. TreeAtlan 2.0, Flora arbórea da América do Sul cisandina tropical e subtropical: Um banco de dados envolvendo biogeografia, diversidade e conservação. Universidade Federal de Minas Gerais. Disponivel em: <http://www.icb.ufmg.br/treeatlan/>. Acesso em: 28 fev. 2012.
  2. Leão, A.C.; Vinha, S.G. Ocorrência do jacarandá no sul da Bahia. Cacau atualidades, v. 12, n. 4, p. 22-9, 1975.
  3. Dalbergia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB22915>. Acesso em: 29 Mai. 2019
  4. Lewis, G. P., 1987. Legumes of Bahia. Kew, England, UK: Royal Botanical Gardens, 1987. 369 p.
  5. Araújo, F.S.D.; Martins, S.V.; Meira Neto, J.A.A.; Lani, J.L.; PIRES, I.E. Estrutura da vegetação arbustivo-arbóreo colonizadora de uma área degradada por mineração de Caulim, Brás Pires, MG. R. Árvore,, v. 30, n. 1, p. 107-116, 2006.
  6. Ferraz-Grande, F.G.A.; Takaki, M., 2001. Temperature Dependent Seed Germination of Dalbergia nigra Allem (Leguminosae). Brazilian Archives of Biology and Technology, v. 44, n. 4, p. 401-404, 2001.
  7. Barbieri, A.; Carneiro, M.A.C.; Moreira, F.M.S.; Siqueira, J.O. , 1998. Nodulação em Leguminosas florestais em viveiros no Sul de Minas Gerais. Cerne, v. 4, n. 1, p. 145-153, 1998.

Ameaças (6):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future national very high
O Atlas da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) indica que restam 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica, o equivalente a 12,4% da área original do bioma. O desmatamento da Mata Atlântica entre 2017 e 2018 caiu 9,3% em relação ao período anterior (2016-2017), que por sua vez já tinha sido o menor desmatamento registrado pela série histórica do Atlas da Mata Atlântica, iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora o bioma desde 1985. O relatório aponta que no último ano foram destruídos 11.399 hectares (ha), ou 113 Km², de áreas de Mata Atlântica acima de 3 hectares nos 17 estados do bioma. No ano anterior, o desmatamento tinha sido de 12.562 hectares (125 Km²).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2019. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2017- 2018. Relatório Técnico, São Paulo. 35p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future regional high
Apesar dos resultados positivos da atualização do Atlas da Mata Atlântica (2019), em que foi identificado um aumento do número de estados no nível do desmatamento zero, de 7 para 9 (Ceará (7 ha), Alagoas (8 ha), Rio Grande do Norte (13 ha), Rio de Janeiro (18 ha), Espírito Santo (19 ha), Paraíba (33 ha), Pernambuco (90 ha), São Paulo (96 ha) e Sergipe (98 ha)), ainda cinco estados mantém índices inaceitáveis de desmatamento: Minas Gerais (3.379 ha), Paraná (2.049 ha), Piauí (2.100 ha), Bahia (1.985 ha) e Santa Catarina (905 ha), sendo que a espécie ocorre em três deles, sendo Bahia e Minas Gerais considerados centros de distribuição da espécie.
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2019. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2017- 2018. Relatório Técnico, São Paulo. 35p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.1 Species mortality 5.2.1 Intentional use (species being assessed is the target) mature individuals,locality,occupancy,occurrence past,present,future local very high
D. nigra é considerada a mais valiosa espécie madeireira do Brasil (Carvalho, 2003), a qualidade de sua madeira tem mercado internacional (Lorenzi, 1992, Carvalho, 2003). Carvalho (1997) indicou que a espécie é muito rara devido à destruição do habitat e exploração da madeira e por isto foi a primeira árvore a constar da lista da CITES (1992). Ribeiro et al. (2011) conduziram um estudo genético com 19 subpopulações distribuídas ao longo da extensão geográfica de D. nigra, e mostrou que subpopulações pequenas em fragmentos pequenos tem uma diversidade genética menor do que em áreas maiores, em reservas preservadas.
Referências:
  1. Carvalho, P. E. R., 2003. Espécies arbóreas brasileiras. Brasilia, DF: Embrapa Informações Tecnológicas; Embrapa Floresta, 2003. 1309 p.
  2. Ribeiro, R.A.; Lemos-Filho, J.P.; Ramos, A.C.S.; Lovato, M.B. Phylogeography of the endangered rosewood Dalbergia nigra (Fabaceae): insights into the evolutionary history and conservation of the Brazilian Atlantic Forest. Heredity, v. 106, p. 46-57, 2011.
  3. Lorenzi, H. Árvores brasileiras. Manual de Identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa. Ed. Plantarum. 1992. 352p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat,locality,occupancy,occurrence past,present,future regional high
Com a transformação do uso do solo no município de Ubajara (CE) que possui no total 42.300 ha restaram de áreas naturais ou em regeneração (34.326 ha), sendo: 17. 478 ha de savana, 16.435 ha de formação florestal natural, e 413 ha de formação campestre (Mapbiomas, 2019). Considerando que a espécie ocorre especificamente em ambiente florestal, restam apenas 39% de habitats potenciais no limite de distribuição da espécie na região de Ubajara (CE).
Referências:
  1. Projeto MapBiomas, 2019. Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo no Brasil. Coleção 3.1v da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil. http://mapbiomas.org/map#coverage, (acesso em 31 de maio de 2019).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2 Agriculture & aquaculture locality,habitat,occupancy,occurrence past,present,future regional high
A transformação do uso do solo no município de Ubajara (CE) com 42.300 ha é representada por 2.120 ha de áreas de cultivo anual e perene somados à um mosaico de agricultura e pastagem de 3.140 ha, distribuídos entre 16.435 ha de formação florestal natural, 17. 478 ha de savana e 413 ha de formação campestre (Mapbiomas, 2019).
Referências:
  1. Projeto MapBiomas, 2019. Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo no Brasil. Coleção 3.1v da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil. http://mapbiomas.org/map#coverage, (acesso em 31 de maio de 2019).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching locality,habitat,occupancy,occurrence past,present,future regional medium
A transformação do uso do solo no município de Ubajara (CE) com 42.300 ha é representada por 1844 ha de áreas de pastagem somados à um mosaico de agricultura e pastagem de 3.140 ha, distribuídos entre 16.435 ha de formação florestal natural, 17. 478 ha de savana e 413 ha de formação campestre (Mapbiomas, 2019).
Referências:
  1. Projeto MapBiomas, 2019. Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo no Brasil. Coleção 3.1v da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil. http://mapbiomas.org/map#coverage, (acesso em 31 de maio de 2019).

Ações de conservação (9):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada na ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE CAIRUÇU (US), AREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MUNICIPAL SERRA DO SAMBÊ (US), ÁREA DE PROTEçãO AMBIENTAL DO ALTO IGUAÇU (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA BACIA DO RIO SÃO JOÃO - MICO LEÃO (US), AREA DE PROTEçãO AMBIENTAL DO RIO GUANDU (US), ÁREA DE PROTEçãO AMBIENTAL CARAPIá (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL SERRA DA MANTIQUEIRA (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL ÁGUA SANTA DE MINAS (US), ÁREA DE PROTEçãO AMBIENTAL MUNICIPAL DO MONTE MOCHUARA (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL SUL-RMBH (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MORRO DA PEDREIRA (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL LAGOA ENCANTADA (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA SERRA DO OURO (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL BAÍA DE CAMAMU (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL CAMINHOS ECOLÓGICOS DA BOA ESPERANÇA (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL BAÍA DE TODOS OS SANTOS (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DUNAS E VEREDAS DO BAIXO MÉDIO SÃO FRANCISCO (US), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL CHAPADA DO ARARIPE (US), FLORESTA NACIONAL DO ARARIPE-APODI (US), ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE ÁGUA LIMPA (PI), FLORESTA NACIONAL DE PACOTUBA (US), FLORESTA NACIONAL DE GOYTACAZES (US), MONUMENTO NATURAL MUNICIPAL DO PICO DO ITAGUARÉ (PI), PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA CONCÓRDIA (PI), PARQUE ESTADUAL DO ITACOLOMI (PI), PARQUE ESTADUAL DO RIO DOCE (PI), PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA (PI), PARQUE NACIONAL DE CAPARAO (PI), PARQUE NACIONAL DE UBAJARA (PI), PARQUE NACIONAL DO MONTE PASCOAL (PI), PARQUE NATURAL MUNICIPAL FAZENDA SANTA CECÍLIA DO INGÁ (PI), PARQUE NATURAL MUNICIPAL DE PIRAPUTANGAS (PI), REFúGIO DE VIDA SILVESTRE DE UNA (PI), RESERVA BIOLÓGICA DE POÇO DAS ANTAS (PI), RESERVA BIOLÓGICA DO TINGUÁ (PI), RESERVA BIOLÓGICA DE SOORETAMA (PI), RESERVA BIOLÓGICA DO CÓRREGO DO VEADO (PI), RESERVA BIOLÓGICA DE UNA (PI), RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL FAZENDA BOA ESPERANÇA (US),
Referências:
  1. Ribeiro, R.A.; Lemo-Filho, J.P.; Ramos, A.C.S.; Lovato, M.B. Phylogeography of the endangered rosewood Dalbergia nigra (Fabaceae): insights into the evolutionary history and conservation of the Brazilian Atlantic Forest. Heredity, v. 106, p. 46-57, 2011.
  2. Projeto MapBiomas, 2019. Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo no Brasil. Coleção 3.1v da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil. http://mapbiomas.org/map#coverage, (acesso em 31 de maio de 2019).
Ação Situação
5.1.1 International level on going
A espécie foi a primeira árvore a constar da lista da CITES (1992), sendo considerada a mais valiosa espécie madeireira do Brasil e teria se tornado muito rara devido à destruição do habitat e exploração da madeira (Carvalho, 1997). Está listada no Apêndice I da Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção - CITES (CITES, 2019).
Referências:
  1. Carvalho, A. de. , 1997. A synopsis of the genus Dalbergia (Fabaceae: Dalbergieae) in Brazil. Brittonia, v. 49, p. 87-109, 1997.
  2. CITES, 2019. Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora. CITES Appendices. https://www.cites.org/eng/app/appendices.php (acesso em 26 de maio 2019).
Ação Situação
5.1.1 International level on going
Espécie avaliada como "Vulnerável" (VU) segundo a Lista vermelha da IUCN (Varty, 1998.
Referências:
  1. Varty, N. 1998. Dalbergia nigra (errata version published in 2016). The IUCN Red List of Threatened Species 1998: e.T32985A86221269. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.1998.RLTS.T32985A9741135.en. Acesso em 31 Maio 2019.
Ação Situação
5.1.2 National level on going
Espécie avaliada como "Vulnerável" está incluída no Anexo I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). Anteriormente já havia sido avaliada como "Vulnerável" (VU) pela avaliação da Biodiversitas (2005 apud CNCFlora 2012.2) e incluída no anexo I da Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008 apud CNCFlora 2012.2).
Referências:
  1. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Portaria nº 443/2014. Anexo I. Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção. Disponível em: http://dados.gov.br/dataset/portaria_443. Acesso em 14 de abril 2019.
  2. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.
  3. CNCFlora. Dalbergia nigra in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Dalbergia nigra>. Acesso em 31 maio 2019.
Ação Situação
5.4.3 Sub-national level on going
Espécie avaliada como "Criticamente em perigo" pela segunda revisão da lista oficial das espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo (SMA-SP, 2016). Além disso, foi avaliada como "Vulnerável" pela Lista vermelha da flora de Minas Gerais (COPAM-MG, 1997 apud CNCFlora 2012.2).
Referências:
  1. Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Estado de São Paulo - SMA-SP. 2016. Resolução SMA Nº 057. Segunda revisão da lista oficial das espécies da flora ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo. Publicada no DOE de 30-06-2016 Seção I Pág 55/57. Acesso em 31 de maio 2019.
Ação Situação
2 Land/water management needed
Ribeiro et al. (2011) destaca que subpopulações em áreas não protegidas do nordeste de Minas Gerais contribui significativamente para a diversidade genética da espécie. Portanto, a implementação de áreas protegidas nesta região (Nordeste de Minas Gerais) pode ser de grande interesse para conservação. Ribeiro et al. (2011) também reconhecem três grupos filogeográficos dentro da distribuição de D. nigra, e sugerem que grandes florestas preservadas remanescentes podem ser identificada e legalmente protegidas dentro de cada grupo. No limite norte de distribuição da espécie, no município de Ubajara (CR), restam apenas 39% de áreas florestais, habitats potenciais (MapBioma, 2019), o que exige ações de conservação locais. Considerando que as espécies são naturalmente mais raras nos limites de sua distribuição do que no centro de distribuição, a conservação nessas áreas chave pode prevenir extinções locais a curto prazo por redução de habitat.
Referências:
  1. Ribeiro, R.A., Lemos-Filho, J.P., Ramos, A.C.S., Lovato, M.B., 2011. Phylogeography of the endangered rosewood Dalbergia nigra (Fabaceae): insights into the evolutionary history and conservation of the Brazilian Atlantic Forest. Heredity, v. 106, p. 46-57, 2011.
Ação Situação
3 Species management needed
Recomenda-se pesquisa e busca direcionada das subpopulações, para avaliação do tamanho e tendência populacional (por exemplo, possíveis declínios). Além disso e de acordo com os resultados das buscas, recomenda-se a definição de ações diretas necessárias de manejo e/ou recomposição e/ou reintrodução e/ou conservação ex situ. Considerando que esta espécie foi anteriormente avaliada como VU e CR (pelo estado de São Paulo), recomenda-se a coleta, marcação de matrizes e conservação de recursos genéticos da espécie tendo em vista a conservação da sua diversidade genética em caso de potenciais reduções populacionais dirigidas por fragmentação dos habitats e/ou extinções locais.
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre territórios que serão contemplados por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção : Território CENTROMINAS - 10 (MG) - Território CAMPINAS 18 (SP) - Território SÃO JOÃO DEL REI 29 (MG) - Território VALE DO PARAÍBA 30 (RJ) - Território RIO DE JANEIRO 32 (RJ) - Território ESPIRITO SANTO 33 (ES) - Território ITORORO 35 (BA) - Território MILAGES 39 (BA).
Ação Situação
6 Livelihood, economic & other incentives needed
Potencial para recuperação de áreas degradadas, agindo como facilitadoras e cultivo para paisagismo. É também importante a menção de que D. nigra tem altas taxas de germinação, com capacidade para colonização de áreas degradadas e nodulação de bactérias fixadoras de nitrogênio sendo indicada para ser usada em projetos de restauração florestal. D. nigra é também comumente cultivada em parques, áreas urbanas e estações experimentais (Carvalho, 1997).
Referências:
  1. Carvalho, A. de. , 1997. A synopsis of the genus Dalbergia (Fabaceae: Dalbergieae) in Brazil. Brittonia, v. 49, p. 87-109, 1997.

Ações de conservação (3):

Uso Proveniência Recurso
12. Handicrafts, jewellery, decorations, curios, etc. natural stalk
Madeira de alto valor comercial, inclusive no mercado externo (Lorenzi, 2002; Carvalho, 2003). Madeira serrada e roliça: a madeira do jacarandá-da-bahia, por ter retratibilidade média, resistência mecânica entre média e alta e, sobretudo, pela aparência típica e agradável, é indicada para confecção de móveis de luxo, folhas faqueadas decorativas para painéis, revestimento de móveis, caixas de rádio e televisor (antigamente), peças torneadas, cabos de escovas, cabos para peças de cutelaria, para entalhe, marchetaria, peças de adorno, mesas de bilhar, carroçaria (REMADE, 2019). É usada, também, na fabricação de instrumentos musicais e de caixas de pianos (REMADE, 2019).
Referências:
  1. Remade, 2019. Madeiras - Espécies de madeiras brasileiras e exóticas. http://www.remade.com.br. Acesso em: 30 de maio de 2019.
  2. Lorenzi, H. Árvores brasileiras. Manual de Identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa. Ed. Plantarum. 1992. 352p.
  3. Carvalho, P. E. R., 2003. Espécies arbóreas brasileiras. Brasilia, DF: Embrapa Informações Tecnológicas; Embrapa Floresta, 2003. 1309 p.
Uso Proveniência Recurso
9. Construction/structural materials natural stalk
Madeira serrada e roliça: é indicada em construção civil, como caibro, forro, ripa, tabuado, taco e vigamento (REMADE, 2019).
Referências:
  1. Remade, 2019. Madeiras - Espécies de madeiras brasileiras e exóticas. http://www.remade.com.br. Acesso em: 30 de maio de 2019.
Uso Proveniência Recurso
7. Fuel natural stalk
A espécie é usada como lenha e carvão de boa qualidade (REMADE, 2019).
Referências:
  1. Remade, 2019. Madeiras - Espécies de madeiras brasileiras e exóticas. http://www.remade.com.br. Acesso em: 30 de maio de 2019.